Revanche no Vidigal motiva atletas da categoria masculina

Welerson Rafael e Antônio Gonçalves voltarão a competir juntos; Única derrota de Antônio no Projeto De Braços Abertos foi para o rival, por centímetros

As inscrições para as etapas do Projeto De Braços Abertos costumam esgotar em cerca de minutos. É o principal reflexo do quanto o evento é querido e, de fato, abraçado pela sociedade. O objetivo de cada um dos milhares de inscritos geralmente é praticar o esporte ao ar livre, divertir-se entre amigos e conhecer as comunidades de perto para derrubar barreiras e preconceitos, porém engana-se quem pensa que a vitória é apenas um detalhe.

Para muitos profissionais que competem no De Braços Abertos, a corrida comunitária é mais que um hobby ou um exercício de luxo, é a chance de competir com adversários bem preparados e de fazer história na parte competitiva. É pensando isso que o carioca Welerson Rafael, de apenas 21 anos de idade, entra em cada edição. Morador do bairro de Paciência, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o atleta quer tornar a vencer a prova de 6 km do Vidigal, onde já triunfou no último mês de julho. Na ocasião Welerson ultrapassou o favorito Antônio Gonçalves da Silva a um passo da linha de chegada, resultando na mais emocionante e acirrada disputa até hoje.

“Na primeira vez eu venci no último segundo, foi uma rivalidade criada durante todo o trajeto lá e eu adorei, pois todo grande atleta tem que gostar de enfrentar os melhores. O Antônio é um atleta de elite e é bom correr sempre com esses caras como o Bruno Njaine e o Otoniel também. Tem muita gente forte, mas eu busco a vitória sempre”, declara Welerson Rafael.

Antônio é o maior vencedor da história do projeto, com oito troféus de primeiro lugar e este indigesto vice já citado. Natural de Piau, em Minas Gerais, ele não escondeu a surpresa e a insatisfação pela perda na primeira etapa de 2017, mas garante ter superado a derrota e mostra animação com a oportunidade de revanche. A vitória viria para consagrar uma temporada de sucessos, já que o mineiro chegou até a integrar o time brasileiro no Campeonato Mundial da Spartan Race (corrida de obstáculos), no último mês de outubro, nos Estados Unidos.

“2017 foi um ano muito bom para mim, tive muito reconhecimento, vitórias e participações fora do Brasil inclusive. Estou no Havaí para competir no mundial do XTERRA e só voltarei ao Brasil dia 6 de dezembro, vou descansar um pouco e vou encerrar no Vidigal, então quero ganhar para coroar uma temporada maravilhosa. Na primeira vez ele (Welerson) venceu por um detalhe, mas isso não vai se repetir, vou vencer com certeza”, afirma Antônio, afastando a desconfiança.

Apesar de ainda não ter vencido em 2017, Antônio Gonçalves é o maior campeão da história do Projeto De braços Abertos / Foto: Thiago Diz

Se Antônio teve o aproveitamento perfeito quebrado no De Braços Abertos, Welerson não pode dizer o mesmo. Foram apenas duas edições disputadas e 100% de glórias. O carioca sabe que o caminho será longo, mas mantém o discurso dito em 20 de agosto, após a corrida no Santa Marta. “Quero ganhar todas as etapas daqui para frente para quebrar o recorde de vitórias do Antônio”, revela Welerson, a “sombra” de Antônio Gonçalves.

A rivalidade sadia é sempre válida e quem ganha é o público, que certamente terá um show de todos os corredores inscritos, mas é bom não piscar, pois Antônio e Welerson vão voar. A Vidigal de Braços Abertos acontece no próximo dia 10 de dezembro, com largada às 8h30, em frente ao Colégio Stella Maris, na Estrada do Vidigal, n° 75.