Francesas “roubaram a cena” na Rocinha De Braços Abertos

Etapa disputada em julho contou com as europeias Stella e Manon, que tiveram suas primeiras experiências em uma corrida de rua no Brasil

Stella e Manon posam sorridentes com as medalhas do projeto

O Projeto De Braços Abertos está cada vez mais abrangente em seu público. A segunda edição de 2017 contou com as ilustres participações de Stella Chavin e Manon Prat, estudantes francesas que estão em intercâmbio na Universidade de São Paulo (USP). As jovens amigas de 23 anos se animaram com a causa e resolveram se inscrever para correr na comunidade da Rocinha, já que estariam no Rio de Janeiro aproveitando os últimos dias de férias e proximidade.

Apesar da amizade de três anos, as francesas decidiram não morar juntas no Brasil, assim poderiam conhecer melhor o povo brasileiro e sua cultura, além do idioma. Manon está com malas prontas para a Costa Rica, onde conseguiu estágio na área de turismo e irá morar pelos próximos seis meses. “A Manon vai partir em breve e tivemos que aproveitar o tempo juntas e queríamos vir para o Rio. A gente gosta de correr, embora não tenhamos o hábito diário e nem o façamos com tanta intensidade, então achamos que a corrida na Rocinha seria legal para nós”, explicou Stella.

Foi a primeira vez de Stella e Manon em uma prova de corrida no Brasil. Antes disso, elas só tinham participado da “Color Run”, na França, em 2014, e ainda nem se conheciam. Apesar da falta de experiência e dos treinamentos nem tão costumeiros, os resultados não decepcionaram. Ambas completaram o percurso desafiador em menos de uma hora, chegando quase juntas, em 196° e 202° lugares. “Gostamos muito, apesar dos primeiros 2km de subida, que foram bem difíceis. O trajeto foi muito bom, era legal passar pelas estradas, becos estreitos e a atividade em grupo passa muita energia. Tivemos a oportunidade de conhecer uma comunidade pacificada, nos sentimos seguras o tempo todo e correríamos novamente com certeza”, relataram.

Além da performance, as estudantes também chamaram a atenção de outros competidores e moradores da Rocinha por outro fator: a beleza, mesmo que Stella tente disfarçar com modéstia e timidez. “Olha, tinham muitas mulheres bonitas lá e o povo que é atleta é acostumado a ver pessoas atraentes o tempo todo, então são mais respeitosos. Não recebemos cantadas como as que recebemos nas ruas em geral, mas os homens nos olham bastante porque temos rostos de ‘gringas’, com olhos claros e cabelos loiros”, revelou aos risos constrangidos.

A próxima edição do Projeto De Braços Abertos acontece na comunidade do Borel, no próximo dia 6 de agosto.